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Comportamento | Publicada em: 04/07/2022

Psicóloga fala sobre os prejuízos do excesso de telas no cotidiano

Fatores como ansiedade, depressão e distúrbios alimentares são alguns dos principais resultados dessa exposição excessiva a computadores, celulares e tablets

Qualquer coisa na vida das pessoas que seja utilizada em exagero não é recomendada por especialistas de diversas áreas. O recomendado para uma vida saudável é o equilíbrio em todas as atividades, seja na alimentação, nos exercícios físicos, vida familiar e nas relações sociais não seria diferente. O excesso de telas na vida das pessoas é um dos desequilíbrios identificados nos dias atuais. Ele tem afetado o desenvolvimento emocional, social e profissional.

Conforme a pesquisa Vigitel Brasil, publicada em abril de 2022 pelo Ministério da Saúde, 66% da população adulta passa, no mínimo, três horas do tempo livre por dia em frente à televisão, computador, celular ou tablets. Já os jovens que tem entre 18 e 24 anos são os que passam mais tempo em frente às telas, totalizando um percentual de 86% nessa faixa etária. 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o tempo recomendado em frente à tela é de no máximo uma hora para crianças pequenas. Mas sabemos que esse tempo é facilmente ultrapassado. Para a psicologia, o uso excessivo de telas antes da pandemia já era uma preocupação e isso se intensificou com a pandemia porque está sendo algo cada vez mais precoce.

A pandemia trouxe a necessidade da participação de crianças em aulas virtuais, o que já aumentou a exposição às telas.  Outro fator contribuinte para essa condição foi o isolamento social que pedia que as pessoas evitassem contato presencial e aumentassem o on-line.

A psicóloga e instrutora do Senac Goiás, Cléia Carolina Queiroz de Souza, explica que vários estudos já comprovaram o quanto isso tem prejudicado a vida social e a saúde mental das crianças e adultos. “O isolamento social fez com que todas as nossas atividades migrassem para o mundo virtual, as aulas online, o home office, o que fez com que perdêssemos os limites diante das telas. O prejuízo dessa exposição tem afetado as várias fases da vida, com aumento da ansiedade, depressão e transtornos alimentares”, ressaltou.

Para ela, a maior preocupação para os profissionais da saúde mental é com a infância e a adolescência. “Nessa faixa etária, eles não conseguem sozinhos diferenciar o mundo real do mundo virtual, o que acaba dificultando a sociabilização, aumentando a ansiedade, criando dificuldades de aprendizado, aumentando o isolamento e muito outros problemas”, acrescentou.

Ela também falou sobre os resultados dessa exposição na vida adulta. “Nessa fase, a manifestação acontece com muitos fatores como a irritabilidade, insônia, aumento de peso, o que vai afetando as relações interpessoais e, com o tempo, pode levar a uma depressão severa”, alertou.

Segundo a psicóloga, é preciso estabelecer uma rotina, para dar segurança às crianças, estimular o convívio social com amigos, família, comunidade, igreja, entre outros, além estimular a prática de esportes. “Quando organizamos o ambiente, a ansiedade dessa fase diminui”, pontuou.

A profissional ainda deu dicas sobre como os adultos podem organizar uma rotina. “É preciso estabelecer os pilares da saúde mental a serem cuidados, praticar atividades física e determinar de limites do uso das telas, evitando o excesso do uso do celular e das redes sociais”, reiterou.

A recomendação da instrutora do Senac, Cleia Carolina, é a procura de ajuda profissional em casos que a pessoa não consiga se organizar sozinha. “Em muitas situações, é importante buscar um profissional para orientar o desenvolvimento de uma rotina, a criação de limites e melhores resultados para enxergar a situação da maneira adequada e estabelecer mudanças no pensamento e nas atitudes”, concluiu.



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