Carreira | Publicada em: 18/06/2012

Vá em busca dos seus sonhos, mas sempre com planejamento

Transição de uma área para outra deve ser bem pensada; é primordial ter um colchão financeiro para eventuais imprevistos.

 

Mudar a rota da carreira e começar a atuar em uma área ou função completamente diferente pode assustar, principalmente para profissionais que já são reconhecidos em sua área de atuação. Mas há quem encare o desafio mesmo que a mudança acarrete em menores ganhos ou uma função, aparentemente, de menor status.
 
Esse é o caso, por exemplo, da economista Eduarda La Rocque. Embora com carreira predominante no mercado financeiro, tinha o desejo de trabalhar na área social. A guinada não foi imediata. Para chegar onde queria, primeiro se tornou secretária de Finanças da prefeitura do Rio de Janeiro no inicio da administração de Eduardo Paes, em 2009, mas já tinha a ideia de ir para a área social. “Comecei a estudar a possibilidade de abrir uma organização não governamental ou algo parecida em 2008, mas aí achei que migrar para o setor público me daria uma oportunidade maior”, disse.
 
Nesse período, estava em processo de venda de sua empresa, a Risk Control, para a Accenture. Aceitado o desafio, avisou o prefeito de que o desejo era trabalhar na área social. Esse momento chegou em agosto, quando Eduarda assumiu a presidência do Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos (IPP), que é responsável, entre outras coisas, a autarquia municipal cuida do desenvolvimento de projetos voltada para a integração social e urbana da cidade. “Aparentemente pode ser um cargo de menor peso, mas isso não é problema. Quero transformar o instituto em referência em políticas públicas”, afirma.
 
De acordo com a economista, ganhar dinheiro nunca foi o objetivo principal, mas o fato de ter feito um colchão anterior ajudou na decisão, uma vez que gestores públicos possuem uma remuneração inferior aos da iniciativa privada. “Vivemos em uma sociedade em que o sucesso é identificado por dinheiro.”
 
A experiência de Eduarda mostra que planejamento é essencial para quem está em busca de se dedicar a uma outra área. A especialista em coaching Susana Azevedo afirma que é preciso que o profissional tenha claro em sua mente as razões para mudança e onde quer chegar, para aí sim traçar um plano. “Quando isso está claro, fica mais fácil definir as estratégias”, afirmou.
 
Os riscos no meio do caminho também precisam ser dimensionados para que o projeto não seja abandonado. “Qualquer mudança te tira da zona de conforto e é bom olhar o que pode dar errado para maximizar as possibilidades da transição dar certo.”
 
Outro fator importante é ter uma reserva financeira, uma vez que a mudança de área pode implicar na redução de salário ou mesmo um período sem ganhos, caso a decisão seja abrir uma empresa.
 
O também especialista em coaching Mike Martins afirma que o ideal é ter um colchão que cubra por, no mínimo, seis meses das necessidades do profissional. “Ter uma redução de renda no inicio é um fato. Quando se está em uma transição de carreira, é importante ter essa reserva”, defende.
 
Estabelecer metas também é importante, porque é a partir disso que será possível como está o desempenho na nova função. “São inúmeros os obstáculos e a área de conforto vai se esfarelar, por isso o preparo é importante.”
 
E planejamento foi o que fez a advogada Gracielle Vaconcelos de Brito Barbosa, que em 2010 tomou a decisão deixar o cargo que exercia no departamento jurídico da Odebrecht. Antes disso, conversou com o marido sobre o motivo da decisão e o que poderia fazer.
 
O motivo era querer investir em uma área que sempre teve paixão, a aprendizagem de idiomas, e a necessidade de morar em uma única cidade — como funcionária de uma construtora, precisou trabalhar em diferentes regiões. Feita as contas, que considerou um período sem trabalhar para se dedicar ao novo projeto, tomou a decisão e saiu do emprego.
 
De janeiro a maio, ainda morando no Rio, estudou várias possibilidades e avaliou franquias. Com a mudança do marido, a trabalho, para Recife (PE), decidiu que iria abrir uma unidade da escola de idiomas CNA em João Pessoa (PB), o que ocorreu no final de junho de 2011. “No início, a captação de alunos não era o que eu esperava, mas na virada do ano o número de estudantes aumentou e fez acredita que o negócio vai dar certo”, conta.
 
Com a melhora nos negócios, já começou a recolher um pro-labore de seu negócio. “Agora trabalho com algo que me fascina bastante. Sempre foi uma paixão minha. Já havia estudado inglês, francês e espanhol e agora posso trabalhar com isso.”
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