Embora alguns setores da economia brasileira não tenham crescido tanto quanto se esperava para este ano, os que tiveram bom desempenho devem manter a tendência de aquecimento e continuar recrutando profissionais em 2013. Pelo menos essa é a expectativa de Leandro de Souza, diretor da Michael Page. “Baseado na realidade e tendência atual de mercado, pode-se esperar que no ano que vem os segmentos de bens de consumo, construção/infraestrutura, tecnologia, saúde e energia tenham maior crescimento”, afirma.

 

De acordo com ele, as diversas especializações da engenharia permanecerão sendo as mais demandadas, tanto em função da já atual carência de profissionais com esse tipo de formação quanto em função da manutenção do aumento da demanda por profissionais com tais conhecimentos técnicos.

 

 

Entre os profissionais técnicos, de acordo com pesquisa realizada pelo Senai, a ocupação que lidera a demanda é a de técnico em construção civil. Depois desse profissional, vem o técnico de controle da produção nas montadoras de veículos e no setor que presta serviços principalmente às empresas. Em seguida, está o operador de máquinas de usinagem por controle numérico computadorizado. Os dados fazem parte do Mapa Industrial de 2012, que foi elaborado pelo Senai para identificar as áreas da economia que precisarão de profissionais qualificados para preencher os novos empregos.

 

 

Segundo o levantamento, as construtoras, as empresas de prestação de serviços à indústria, as fábricas de veículos, as de máquinas e equipamentos, as de alimentos e bebidas e as de roupas e acessórios serão responsáveis por 52% das vagas que devem ser criadas na indústria brasileira até 2015. A pesquisa estima que serão gerados 1,1 milhão de empregos para profissionais de nível técnico e de média qualificação nos próximos três anos. “A criação das novas vagas depende da continuidade da estabilidade econômica e da retomada do crescimento no país. Assim, os setores de maior demanda são aqueles intimamente ligados ao consumo das famílias”, explica Rafael Lucchesi, diretor-geral do Senai.

 

 

A se manter a projeção de aceleração da economia, outras áreas também deverão ser impactadas, gerando novas oportunidades de trabalho. “A dinâmica da economia brasileira é tal que, quando o país está em fase de crescimento, em geral todos os setores crescem. Isso porque o Brasil tem representatividade nos três grandes setores da economia: industrial, agro e serviços”, diz Andrea Huggard Caine, diretora de Certificação Profissional da ABRH-Nacional.

 

 

Para ela, ainda que seja difícil projetar especificamente que setores estarão mais aquecidos que outros, o segmento agrícola é um dos que continuarão em alta, assim como o setor de infraestrutura, este em função da proximidade da Copa e das Olimpíadas que serão sediadas no Brasil. “Também não podemos esquecer do Pré-Sal e dos investimentos que estão sendo feitos no setor de energia.” Andrea ressalta que, para apoiar esses crescimentos, o setor industrial e o de serviços crescem juntos. “Com uma economia em crescimento, empresas de consumo devem vender mais. E também estaremos vendo novos ‘empregos verdes’, gerados a partir da necessidade de criar produtos sustentáveis”, afirma.

 

 

Para os profissionais que querem pegar carona nesse crescimento, Andrea destaca que é imprescindível possuir conhecimento técnico. “Estamos em uma era de desenvolvimento contínuo, onde o perfil ideal é uma mistura de um generalista, que tenha uma área de conhecimento técnico tradicional, com um especialista, com conhecimento técnico inovador. E de preferência com experiência prática nesses campos.” Conhecimentos de inglês e espanhol também são ingredientes básicos para esses profissionais. Afinal, boa parte dos conteúdos especializados e das referências inovadoras ainda não está disponível em português.