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Carreira | Publicada em: 18/06/2012

Competitividade na dose certa pode acelerar carreira

Como líderes e profissionais devem usar essa competência para ter bons resultados

 

Há quem considere a competitividade acirrada dos dias de hoje uma invenção do capitalismo, enxergando a disputa no ambiente de trabalho como um comportamento negativo, que deva ser evitado. Mas felizmente a maioria das pessoas já entende que a competitividade é algo inerente ao ser humano e que – quando bem dosada (nem exacerbada, nem inibida) – pode, sim, ser estimulante, saudável e positiva e ajudar empresas e profissionais a obter ainda mais sucesso. “Competimos na escola, no ambiente familiar, nos clubes, nos esportes. E uma das consequências positivas de um ambiente competitivo é justamente o aumento da produtividade do trabalho”, afirma Fábio Marra, diretor da Mariaca.
 
 
Marra explica que isso acontece porque os colaboradores, ao se sentirem desafiados a superar os demais, se sentem instigados e estimulados a buscar resultados. “Em alguns setores e segmentos da economia, a competitividade é mais efetiva, como no varejo, por exemplo, onde vender muito é sempre necessário e é preciso que haja um esforço das equipes para que isso aconteça.” Ele destaca que a competitividade pode trazer ainda mais benefícios, pois ao incentivar os profissionais a buscar conhecimento acaba também elevando o nível corporativo das empresas. “Mas vale a pena equilibrar a competitividade para que ela não seja o único mote dos colaboradores”, adverte. “Cooperação, disposição para entender o outro e trabalho em equipe também geram resultados.”
 
 
Na visão de Carina Budin, diretora regional da Asap, consultoria de recrutamento e seleção de executivos, a competitividade deve ser estimulada entre os colaboradores objetivando a superação dos limites de cada profissional e, consequentemente, alavancando os resultados da empresa e contribuindo para o desenvolvimento do negócio. “A competitividade, quando estimulada na medida correta, faz com que muitos deixem a chamada ‘zona de conforto’ e sigam os exemplos daqueles que têm superado as expectativas na tentativa de se destacar.”
 
 
Líderes e gestores podem estimular uma competição saudável ao exigir resultados e reconhecer o desempenho individual de cada um. “Com isso, o ambiente de trabalho poderá se tornar mais desafiador e estimulador do desenvolvimento pessoal e profissional”, diz Carina. Para que isso aconteça, as estratégias de Recursos Humanos devem ser desenvolvidas de maneira a gerar diferenciação do desempenho em detrimento da solidariedade e da cooperação. “O grande desafio dos gestores nesse modelo de gestão de pessoas será fomentar o trabalho em equipe.”
 
 
Uma das formas de evitar uma dose exagerada de competitividade que possa causar conflitos e desintegrar a equipe é estando atento aos diferentes estilos e habilidades dos colaboradores, para saber lidar com suas particularidades e delegar funções conforme os pontos fortes de cada um. “Dessa forma, cada um será competitivo naquilo que sabe fazer e tem ganas de conquistar”, complementa o diretor da Mariaca. Também é importante saber valorizar os ganhos do trabalho e demonstrar isso à equipe, pois todo o esforço e dedicação colocados no momento da ‘disputa’ serão recompensados. “Mostrar que o resultado é produto de todos também cria engajamento.” Além disso, o líder deve estar aberto a ouvir sugestões e críticas para ajustar comportamentos e processos, evitando eventuais desacordos na equipe.
 
 
Mas e do ponto de vista do profissional? Como saber qual a dose certa para usar a competitividade a favor de sua carreira, sem ser malvisto pela chefia e pelos colegas de trabalho? “Ser competitivo – no sentido de se destacar, melhorar como profissional, buscar evolução na carreira – é saudável, mas é preciso ter em mente que ninguém trabalha sozinho”, diz Marra. Para ele, um profissional que está constantemente atento aos seus chefes, pares e subordinados tem mais chances de transitar melhor na empresa e conseguir obter melhores resultados no trabalho em equipe. “Ser competitivo não significa ser narcisista, ser autoritário ou ter que passar por cima das pessoas. É importante ver sempre o todo, pois se o profissional se importar somente com o seu resultado ele acaba não entregando aquilo que a empresa quer.”
 
 
Carina, da Asap, finaliza dizendo que não há mal algum em as pessoas serem ambiciosas e competitivas no ambiente de trabalho, desde que a ética esteja sempre em primeiro lugar. “Profissionais de excelente desempenho, que buscam resultados sustentáveis agindo de maneira ética e que têm a ambição de ocupar postos cada vez maiores são sempre bem valorizados pela chefia e admirados pelos colegas.”
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