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Carreira | Publicada em: 18/06/2012

Frustração profissional: mudar de carreira não é fácil, mas é possível

O processo leva tempo e absorve muita energia. Em troca, você não precisa esperar a aposentadoria chegar para fazer o que gosta
O número de profissionais frustrados em relação à escolha profissional ou ao rumo que a carreira tomou é muito grande. Um estudo da HLCA Human Learning mostrou que 78% dos profissionais não estão felizes, depois de ouvir dez mil pessoas que têm entre 18 e 60 anos e trabalham em empresas de médio e grande porte de todo o país.
 
O fato é que vivemos num mundo com mudanças muito aceleradas que, na maior parte das vezes, ocorrem sem passar pelo nosso crivo. O resultado dessa aceleração é que as pessoas passam a tratar a própria vida como se fosse um estabelecimento de “fast food”. Elas pedem o “combo da vez” e esperam receber tudo instantaneamente. A qualidade, claro, fica para segundo plano, mas a necessidade de alimentação rápida é suprida. No curto prazo, tudo bem, a opção parece boa. Se pensarmos no longo prazo, no entanto, essa equação fica perigosa para a saúde.
 
Muita gente que passa por isso sabe que é preciso mudar. Mas quantas pessoas estão efetivamente dispostas e investir o pouco tempo que sobra depois do trabalho para pensar e executar essa mudança?
 
Há anos venho me dedicando à orientação profissional e de carreira e confesso que fico frustrada quando vejo pessoas que iniciam um processo de mudança profissional - com um discurso intenso e verdadeiro – e abandonam esse projeto depois de três meses.
 
Mudar não é trabalho fácil nem agradável e, na maioria das vezes, leva mais tempo do que gostaríamos. Ele pode, sim, levar mais de seis meses porque é praticamente um processo de reconstrução da identidade. Afinal, estamos falando de orientações e ações que vão impactar em todas as esferas da vida por muito tempo.
 
Um passo de cada vez - Para começar um projeto desse tipo, é preciso pensar em autoconhecimento, em reconhecimento e apropriação da própria vida e dos processos de escolha pessoal.
 
Também é essecial pesquisar sobre as áreas de interesse. Não é concebível, nos dias de hoje, que alguém se contente com breves descrições em guias de estudante e internet, ainda mais quando já se sentiu o dissabor de uma escolha inadequada. É preciso ir mais fundo, fazer uma boa sondagem do mercado, conversar com profissionais, conhecer o local de trabalho, saber quais são os ossos do ofício. Todo ofício tem os seus.  
 
Outro ponto essencial é entender que mudar de atividade profissional recai em questões financeiras. Toda mudança – seja de carreira ou uma simples troca de emprego - pode gerar perdas iniciais de remuneração. Além disso, muitas vezes é preciso investir na aquisição de novos conhecimentos, com cursos de extensão, pós-graduação ou até uma nova faculdade.
 
Perder para ganhar - Rever seu papel dentro do contexto social em que se está inserido é outro aspecto que ser levado em consideração. Quanto você está disposto a perder do seu “status” atual para correr o risco de fazer algo diferente? Vivemos numa sociedade em que alguns rótulos são extremamente valorizados. As pessoas se acostumam com as vantagens que títulos de Executivo, Gerente, Diretor, CEO"s, CFO´s, etc podem trazer. A mudança implica em abrir mão de algumas coisas para conseguir outras. Nem sempre isso é fácil. Nem sempre é rápido.
 
Há ainda as pressões sociais e familiares, algumas veladas, outras explicitas,  que, direta ou indiretamente, acabam formatando nossas escolhas profissionais e pessoais. As auto-exigências em relação a conquistas de bens materiais e acúmulo financeiro, além de bem estar e qualidade de vida, também pensam.
 
Antes de partir para um processo de mudança, avalie se você tem o apoio de pessoas importantes e afetivamente comprometidas que incentivem sua decisão. Se a resposta for sim, converse com elas. Deixe claras as suas intenções e certifique-se de que entendeu os riscos envolvidos. Encontrar muitas resistências e dificuldades pode comprometer todos os outros aspectos do seu projeto e isso é muito sério.
 
Entre a insatisfação e a realização - Por tudo isso é que as questões relacionadas ao planejamento e mudança profissional e de carreira não são instantâneas, apesar de sermos pressionados por tempos curtos e resultados rápidos por todos os lados.
 
Refletir e planejar por alguns meses, de maneira consciente e sistemática, pode fazer toda a diferença entre continuar insatisfeito, sem perspectiva, até que chegue a aposentadoria quando se pensa “agora estou livre das obrigações e posso fazer o que quero”, ou tomar as rédeas da própria vida hoje e fazer valer seus projetos em todas as esferas o quanto antes.
 
Agora que você já tem uma idéia dos pontos que deve levar em consideração para programar sua jornada, mãos à obra. O momento é oportuno para iniciar novos projetos. Vamos lá?
 
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