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Comportamento | Publicada em: 18/06/2012

Missão de todo chefe? Fazer o outro crescer, diz Vicky Bloch

Antes, o chefe `falava, não escutava e sempre tinha uma boa resposta para dar`. Hoje, ele tem que ouvir, afirma uma das principais coachs de executivos do país
Era início dos anos 90. A década perdida tinha apenas acabado de dar seu suspiro final, mas suas sementes ainda davam muitos frutos por aí. “A abertura do Brasil para as empresas estrangeiras nos anos Collor gerou um reajuste na força de trabalho: muitos perderam os empregos, outros tiveram que reformatar o trabalho”, conta Vicky Bloch, sócia da Vicky Bloch Associados, uma das principais consultorias de coaching no Brasil.
 
A percepção disso fez com que ela criasse uma metodologia de aconselhamento profissional focada em executivos. A ideia era repaginar a carreira dos profissionais para que eles pudessem voltar com tudo para o mercado. Hoje, o cenário é outro. Quem chega no escritório de Vicky quer se desenvolver na carreira e tomar melhores decisões. Neste ponto, as questões de relacionamentos são a principal queixa que os executivos trazem. 
 
“A gente vinha de uma cultura que você você falava, não escutava e sempre tinha uma boa resposta para dar. Estamos falando do contrário hoje”, descreve a especialista. Para ela, os chefes precisam entender que eles são o meio para a ascensão profissional dos funcionários. “A sua principal função é ser um facilitador, um coach o tempo todo do subordinado”, diz. Confira trechos da entrevista feita por EXAME.com: 
 
EXAME.com: Como foi a sua primeira experiência como chefe?
Vicky Bloch: Foi em 81 ou 82 quando assumi uma posição de gerente de recrutamento e seleção. Eu tinha 31 anos – naquela época, muito jovem para assumir uma área e ainda por cima, mulher. A primeira dificuldade era exatamente esta. Depois, de ter o respeito de quem me solicitava. Eu sempre era desafiada, eles me testavam para ver se eu tinha vindo para agregar ou tampar buraco. 
 
EXAME.com: Como você lidou emocionalmente com isso? 
Vicky Bloch: O tamanho do sentimento de insegurança era monstro, mas eu sempre tive uma preocupação de autoconhecimento. Então, eu passei a lidar com a insegurança estruturando as coisas que eu iria fazer. O trabalho passou a ser menos intuitivo e mais estruturado primeiro para mim, para depois passar para o grupo. 
 
EXAME.com: As empresas afirmam apostar em jovens para que eles mudem o “status quo”. Isso é fácil para os jovens?
Vicky Bloch: Nesta fase da vida, a gente precisa de um bom mentor, um modelo. Só que a pressão por resultados dentro das organizações, faz com que as lideranças pensem que “não têm tempo para isso” ou não veem nisso um investimento rentável. Daí, você fica sem modelo, sem orientador. 
 
EXAME.com: A solução é procurar um coach? 
Vick Bloch: O coach externo entra para resolver um caso pontual. A função do chefe é fazer o coaching da carreira profissional do funcionário. Ele não tem que fazer nada mais além disso.
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