Talvez você nunca tenha parado para pensar no quanto usa o corpo no dia a dia profissional, mas atender ao telefone, digitar ou mesmo ficar sentado na cadeira exige muito dos seus músculos. Para não sobrecarregar o organismo, é recomendada a prática da ginástica laboral.

 

“A ginástica laboral ajuda a posicionar o seu corpo da melhor maneira possível no trabalho”, explica o fisioterapeuta Fabricio Mucin, professor de ginástica laboral no Hospital de Transplantes Dr. Euryclides de Jesus Zerbini. Ela envolve uma série de exercícios que devem ser realizados durante a jornada de trabalho com o objetivo de ajustar a postura, interromper movimentos repetitivos e prevenir lesões.

 

Mucin explica que quem fica sentado o dia todo de maneira largada ou incorreta acentua as curvaturas da coluna cervical, podendo ocasionar lesões. Por isso, manter a postura é o primeiro ponto de atenção para quem passa o dia na cadeira. Além disso, a postura correta favorece a dinâmica de funcionamento de órgãos como o coração, o pulmão e dos músculos, como o diafragma.

 

O ideal é ajustar o assento de acordo com a altura da mesa, fazendo com que os cotovelos apoiados formem um ângulo de 90º . Esse mesmo ângulo deve ser alcançado em seus joelhos, pois os pés devem se manter apoiados no chão. As costas devem ficar encostadas na cadeira, que deve ter uma leve inclinação. Para não forçar o pescoço ou os olhos, é preciso se posicionar de modo a mirar o centro da tela do computador ou ser capaz de ler tudo sobre ela sem movimentar a cabeça para cima ou para baixo. 

 

Certas empresas já oferecem a ginástica laboral no meio do expediente, mas para quem não conta com esse recurso, a recomendação de Mucin é parar a cada hora de trabalho, levantar da cadeira, tirar os olhos do computador e se alongar por cinco minutos. “Preste atenção aos movimentos que realiza no dia a dia e, nesse intervalo, tente relaxar os músculos mais utilizados”, diz.

 

Os movimentos são simples, como levantar os dois braços para cima com os dedos cruzados, espreguiçando; tentar alcançar a ponta dos dedos dos pés com as mãos, sem dobrar os joelhos; fazer movimentos circulares com os punhos fechados ou inclinar levemente a cabeça para o lado, pressionando-a com a mão.

 

No entanto, para quem não conta com o apoio especializado, Mucin sugere buscar orientação para realizar o alongamento com um profissional de fisioterapia ou educação física, de modo a aprender corretamente a se posicionar e a realizar os exercícios. “Se a pessoa já prejudica o corpo ao sentar e se movimentar da maneira errada naturalmente, imagina então se forçar os músculos”, diz.

 

O professor garante que a ginástica laboral traz benefícios que vão além do desenvolvimento da musculatura e da prevenção a doenças. “As pessoas se sentem mais disposição e energia, adquirem consciência do corpo e ficam menos estressadas, porque conseguem relaxar.”