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Cooperação Mútua | Publicada em: 18/06/2012

Senac assina termo de cooperação e participa do Projeto Vira Vida

O ViraVida é um programa do Sesi que oferece capacitação profissional e atendimento psicossocial a jovens em situação de exploração sexual, em Goiás
O Senac participou do lançamento do projeto  do Sesi, o ViraVida,  que oferece capacitação profissional e atendimento psicossocial a jovens em situação de exploração sexual, em Goiás. A cerimônia para assinatura do termo de cooperação entre os parceiros do programa aconteceu hoje, 04 de setembro, às 10h, no Teatro do Sesi, em Goiânia. 
 
Participaram do evento a Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Federação do Comércio (Fecomercio), Sebrae, governos Estadual e Municipal e entidades que compõem a Rede de Atenção a Mulheres, Crianças e Adolescentes em Situação de Violência de Goiás (Ministério Público, Secretaria da Cidadania e Trabalho, Delegacia da Criança e do Adolescente, dentre outros). Esteve presente também o presidente do Conselho Nacional do Sesi e idealizador do projeto, Jair Meneguelli.
 
Os primeiros cursos oferecidos pelo Senac são Operador de Computador e Inglês Básico. Destinado a jovens com idade entre 16 e 21 anos, o programa Vira a Vida, que atende 16 estados, busca inserir os alunos atendidos no mercado de trabalho. Os cursos são escolhidos a partir de uma pesquisa de mercado e duram, em média, um ano. Durante a formação, os participantes recebem educação básica continuada, atendimento médico e odontológico, além de atividades de lazer e cultura. Após o término dos cursos, os jovens terão acompanhamento por um ano e também terão chance de fazer cursos técnicos.
 
O presidente da Fieg, Pedro Alves de Oliveira, destacou que o Sesi, em parceria com a Rede de Atenção a Mulheres, Crianças e Adolescentes está fazendo um levantamento sobre a realidade da exploração sexual em Goiânia, cidade que será a primeira do Estado a receber o ViraVida.“Vamos começar com 100 jovens, mas não vamos simplesmente atender 100 adolescentes. Vamos resgatar vidas por meio da educação”, destacou Oliveira.
 
Exploração sexual em Goiânia
De acordo com o pesquisador da PUC-GO Rogério Araújo, a dinâmica da exploração sexual na capital goiana tem mudado nos últimos anos. À frente da segunda pesquisa de mapeamento da exploração em Goiânia, pela PUC-GO, ele destacou que o crime acontece, cada vez mais, velado.
 
“O levantamento que fizemos entre 2004 e 2006 revelou que os pontos mais utilizados para a prática desse crime eram postos de combustíveis, bares, algumas ruas, casas noturnas e festas. No entanto, agora, verificamos que os pontos de visibilidade de exploração mudaram. As adolescentes não ficam mais nesses lugares.
 
Segundo ele, após várias buscas junto a conselhos tutelares, delegacias e Centros de Referência e Assistência Social (CRAS), identificou-se que os adolescentes têm utilizado a internet e telefonia móvel para marcar os programas. “Hoje é um sistema mais camuflado. Eles estão nos seus próprios bairros e vão aliciando outros. Também verificamos forte participação de prostitutas adultas no aliciamento. Entrevistei uma aliciadora que liga para as meninas sempre que tem uma demanda. Ela marca, e a adolescente vai até a casa do cliente ou encontra com ele em um motel”, disse.
 
Para ele, o processo de repressão acentuado tem obrigado a rede de exploração a encontrar outras formas de agir. Ele revelou que, apesar de ainda estar coletando os dados para a pesquisa, já pode afirmar que o perfil das adolescentes exploradas é de classe média e que a principal razão que as leva a fazer os programas é desejo de consumo. “Algumas meninas moram com os pais, a renda familiar é de aproximadamente dois mil reais, mas elas querem roupas de marca, bolsas e outros bens de consumo que a família não pode pagar”, completou.
 
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